Serendipidade

Existe uma coisa, na qual acredito firmemente denominada de SERENDIPIDADE  que, em resumo que dizer, você atira no que vê e acerta no que não vê"  mas não de uma maneira ruim, a SERENDIPIDADE, sempre lhe trará, algo que você precisa muito encontrar/saber para resolver um problema muito complexo.. Então qual a relação do post com a serendipidade?
Bem, dia desses,  depois de uma aula sobre no Campus Ilha do Governador, sobre Direitos da Personalidade, notadamente sobre a questão dos transgêneros no que concerne à mudança do sexo e do nome . Na hora do intervalo um grupo de alunos se reuniu  à mesa da  cantina e continuou falando sobre o assunto, apresentando suas ideias, seus pontos de vista e, sabe como é, quando numa discussão acadêmica entra o ponto de vista. Juntei-me ao grupo quando, de repente , uma aluna falou ao grupo: Gente não precisava a lei dizer quantos ou quais são os direitos da personalidade, pois isso uma hora vai "dar ruim" pou algo que não está na "lista de compras" do CC e da CF/88 vai ser violado, alguma coisa que antes a gente não imaginava que seria. É como o direito ao esquecimento e o direito ao silêncio que a professora falou, a proteção a dignidade humana engloba tudo isso e mais o que vier. Cláusula geral, teoria geral. Foi quando um aluno falou baixo, e por isso mesmo foi ouvido por todos: A razão de nós querermos os direitos elencados na lei é uma forma  de se proteger as pessoas contra o preconceito. A chave de tudo é o preconceito e se não houver freio a isso, vem a discriminação, a violência...
Então eu perguntei será que nós  aqui, alunos e docente temos preconceito? Que tal se fizermos uma pesquisa empírica com nós mesmos no dia-a-dia? Então outro aluno falou: Eu nem preciso professora, eu sei que não quero ter preconceito, fico revoltado quando vejo discriminação mas, eu tenho preconceito pois se estou na rua e vhttps://direitosfundamentais.net/em um "moleque preto" eu atravesso a rua, meu amigo assumiu que é gay e um dia desses encontrei com ele no shopping, eu estava com outros amigos que viram ele acenar pra mim, eu fiz que não conheci porque meus amigos ficaram me "zuando" dizendo : ó lá o "gayzinho" te conhece, tá acenando pra você.  Eu disse: ele está enganado, não conheço ele não".
Então eu falei para eles que na luta contra o preconceito e discriminação, os direitos  humanos e os direitos fundamentais são muito importantes e que os direitos da personalidade uma proteção especial e individual. Trata-se de uma luta diária e constante, que primeiramente, temos que lutar contra nossos próprios preconceitos, nossas crenças cristalizadas. Eles perguntaram: e a senhora professora, tem preconceito? Eu respondi. Os tenho meu aluno, muito mais do que gostaria, e pior, muito mais do que sabia que tinha. Quando a gente sabe o nosso preconceito, já tem as armas para lutar contra ele. Mas quando não sabemos,falamos e fazemos e magoamos as pessoas. Depois, quando descobrimos que o temos, resta a vergonha de termos dado abrigo a sentimento tão horrendo!
O texto desse professor me deu argumentos para dialogar mais com meus alunos, com os quais sigo aprendendo aula após aula.

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