Etiqueta que não é de marca

Dia desses numa aula de Direito Civil falei em regras de comportamento como regras de etiqueta e regras de comportamento como regra jurídica e duas alunas me questionaram porque que é que a faculdade não oferecia um curso desse para os alunos. Tempo corrido que é o nosso em sala  de aula e  respondi às alunas que educação e etiqueta têm que se aprender em casa, se não o temos em casa devemos procurar por nós mesmos em cursos extras ou ao menos, falei que existe uma educação que nos dão e uma educação que nós mesmo buscamos e que, na dúvida se está ou não sendo bem educado, o melhor é tratar de não incomodar o outro. Disse-lhe que a Academia trata de enriquecer o conhecimento, de discutir ideias, é espaço para criação e desenvolvimento da razão e que a etiqueta já vem de casa, etiqueta é berço, vem de berço. Passados alguns poucos momento me dei conta da tremenda bobagem que falei com relação a alguns pontos da minha conversa com as alunas, pois pereceu-me que seu interesse era real.
Ora, o povo de uma forma geral, rico ou pobre não é bem educado no sentido literal da palavra. Antigamente, e digo isso referindo-me ao tempo dos meus bisavós, avós e até no tempo dos meus pais as pessoas mais abastadas que viviam nas grandes cidades eram polidas e tinham etiquetas à mesa, na rua e no convívio social: no trajar, no trato com as pessoas, no respeito com as senhoras independentemente da idade, no respeito com os mais velhos, no falar , no sorrir, na conversa adequada, no uso de palavras adequadas e apropriadas. Assim o eram as pessoas abastadas do interior que embora rudes de alguma forma, conservavam um que de requinte. As camadas mais pobres da população, os operários, não tinham o requinte e a sofisticação, mas eram educados para respeitarem as pessoas e, principalmente não incomodar os outros. Os tempos eram outros os costumes, a moral era outra e acima de tudo, os valores eram outros.


Mas, de um coisa eu tenho certeza, pode o tempo passar, podem os valores mudar, os costumes se travestir de permissividade, mas uma pessoa bem trajada, bem vestida e não precisa ser com marcas porque uma pessoa bem vestida não usa marca aparente, uma pessoa elegante não ostenta. Uma pessoa elegante é modesta sem ser humilde e se sobressai pelo simples. O clássico nunca cai de moda, a educação nunca cai de moda, um sorriso é sempre melhor aceito socialmente que uma gargalhada (a não ser que a pessoa esteja num show de piadas). A propósito, uma pessoa elegante só assiste a shows de piadas inteligentes, nada de piadas grosseiras; fala em tom moderado, não grita o nome de pessoas na rua, ri baixo, senta-se com elegância, não boceja em público e se o faz põe disfarçadamente a mão sobre a boca, não espirra como se fosse um esguicho de baleia ou de elefante. Não senta-se arreganhado na condução, nem anda como se carregasse o mundo às costas ou como se fosse uma cobra se arrastando ou arrastando chinelos - a propósito, chinelos é para se usar em casa ou na praia. Usa desodorante de perfume moderado ou sem perfume (mas usa pelo amor de Deus). 

Minha mãe costuma dizer que o hábito do cachimbo faz a boca torta – de tanto conviver com baixaria, gritaria, falta de tato, grosseria e falta de educação  vamos progredindo num grau de grosseria até não saber se estamos sendo irreverentes ou se estamos sendo realmente grosseiros. O mundo já anda tão feio sem árvores, com água poluída e fedorenta pra onde que a gente vá, com máquinas buzinando em nosso ouvido ( é claro que por traz de uma buzina sempre tem um imbecil ou uma imbecil – e estou eu sendo grosseira agora – a imprimir uma pressão furiosa como se o transito fosse andar). Não nos custa sermos polidos, olharmos o outro como se estivéssemos nos olhando no espelho e tratando as pessoas como gostaríamos que fossemos tratados com educação, requinte e sofisticação sem deixar de lado a alegria, a jovialidade e falando nisso, penso na minha amiga Ana Paula Delgado que é uma flor de meiguice, de uma educação ímpar. Elegante no trato com as pessoas e, por isso, tão querida por todos.
Seria bom que a nossa faculdade repetisse um curso de extensão de etiqueta e postura que fiz há muito  quando ainda era estudante de Direito e que me ajudou muito nas entrevistas de estágio, inclusive na própria Estacio - teria quorum. Eu recomendaria às minhas alunas pois não são poucas as que pedem. um curso dessa natureza.
Para quem deseja melhorar basta procurar:
Etiqueta e postura  - para aprender a andar , sentar , parar e se vestir.
Etiqueta à mesa - para aprender a usar os talheres e não ficar atrapalhado até mesmo com sentar à mesa.
Etiqueta Social - Regras para apresentação e cumprimentos sem perder o jeitinho brasileiro.
Etiqueta do hospede: seja convidado várias vezes.
Etiqueta profissional - seu comportamento no trabalho.
Esses curso ensinam quase tudo desde a como combinar bebidas , roupas, adereços, maquiagem e tal.
Parece frescura, mas isso faz a diferença principalmente no trabalho.


http://www.sefaz.mt.gov.br/portal/download/arquivos/Apresentacao_Etiqueta_Profissional_2011.pdf

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