Dias virão que não verão, a chuva que cai e escorre
Lavando o rosto e a alma
Escorrendo o corpo, fecundando a Mãe Terra.
Dias virão que somente o verão quem vivo estiver (se lá estiver)
Esturricando a pele, lacerando a terra em um chão de estilhaços
Do barro a que tudo voltou em tal quebra cabeça estéril
E o espírito de Deus não mais pirará sobre as águas
Não haverá água, o elemento lindo e fluídico que se converte em Nilo, Orinoco, Titicaca e S. Francisco.
Não mais olhar no espelho que nos convida a deitar, deixar levar guiados pelas estrelas no céu.
Dias sem chuva virão e esta certeza toma meu coração e aterroriza.
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