APRENDENDO COM OS GATOS
Todos sabem que amo gatos. Tenho dois. Runa Tufik que me escolheu lá pelos idos de 2002, quando era apenas um filhotinho que invadiu o salão de beleza e Punky, uma levada da breca abandonada para adoção, toda estropiada, machucada que levei para casa por volta de 2005. Pois bem, em 2006 conheci meu marido, Tuty, com quem me casei em 2007. Acontece que Tuty é alérgico a pelo de gato.
Até a vinda do Tuty para a casa os gatos sempre dominaram a casa, sem restrições. O Runa sempre dormiu aos meus pés na cama. Mas e então, o que fazer para conciliar dois gatos e um marido alérgico?
Visitando a casa de uma amiga, Luciana Costa, Tuty copiou sua "brilhante" ideia de manter os gatos presos no quarto de empregada. A partir de então, os gatos vivem na suíte deles (o quarto de empregadas). Embora não gostasse da ideia, na verdade, odiei a ideia, tinha que conciliar, afinal arranjar um bom marido atualmente é quase uma façanha digna de história épica. Mas o que o Tuty sabe é que basta ele virar as costas que os gatos voltam a reinar no ambiente.
Runa hoje é um respeitável senhor de seus 9 para 10 (completa 10 em outubro, ele é libriano) anos de idade. Está acima do peso porque foi castrado e só pensa em comida. Já não sobe pela cortina, já não dá saltos mortais. Sinto falta das suas gracinhas de gato novo. Não brinca com seus brinquedos, sua bola de tênis que está com fiapos igual uma manga chupada por um esfomeado.
De férias, em casa, sinto falta da companhia do Runa e deixo-o à vontade, mas ele só quer ficar deitado aos meus pés onde eu estiver. Incentivo-o a brincar, mas o máximo que ele faz é se engalfinhar com minhas sandálias havainas, o que é muito engraçado. É uma luta digna de transmissão pelo Galvão Bueno.
Dia desses pequei o saco que veio com o pão e amassei, o Runa levantou as orelhas interessado no barulho. Olhei para ele e ele me correspondeu procurando na minha mão o barulho. Embolei o saco de papel, fiz uma bolinha e joguei para ele. Minha alegria foi maior que a dele ao vê-lo brincar, saltar, correr e dar "botes' naquela bola de papel. Deveria ter filmado. Observando-o brincar e caçar aquela bola de papel percebi que ele não perdeu o jeito, ficou um pouco mais lento, mas os botes são mais certeiros e agora, quando cansa, deita em cima e fica esperando o momento certo para sair, se eu passo perto, ele pula em cima e segura-a entre as patas. Ou seja, a idade não nos rouba nossas habilidades, apenas somos mais seletivos com o que nos chama a atenção. Se algo de muito bom aparece, nossa alegria vota. Volta o prazer de brincar de ser feliz novamente com a diferença que a experiência dos anos nos deixa mais cautelosos, mais cuidadosos. Conviver com animais é redescobrir nossos instintos, e com nossa inteligência humana, saber utilizá-los para nos fazer feliz.
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