Certo ou errado o fato é...
Quando meu filho deciciu ter seu próprio canto após reconhecer que república de estudantes é a maior roubada, claro que eu o ajudei, afinal era um sinal de maturidade.
Ajudei-o a alugar um apezinho para lá em Santa Tereza.
Pequenino, mas para ele, era na medida para sua independência. Nada de mãe mandando arrumar quarto, guardar os livros, lavar os copos na pia, por o lixo na lixeira. Nada de suas coisas mexidas por algum colega, nada de encontrar gente dormindo no seu colchão. Independência sem ninguém para lhe torrar a paciência nem subtrair seus livros, filmes e cds e coisas afins.
Lembro-me que arrumamos do jeito que podíamos. Um sofá, um armário, seu PC, uma máquina de lavar, uma geladeira (de segunda mão). Não sei como ele arrumou aquilo tudo lá dentro. Mas coube e ficou bonitinho.
Lá se vão uns três anos desde então.
Ele está ná última disciplina do último semestre do curso de Cinema. Trabalhou em algumas produtoras, viajou para vários lugares a trabalho.
Muito bacana para um garoto de vinte e poucos anos.
Há pouco tempo deciciu que fará a Pós em Cinema francês - na França. E batalhou uma Bolsa de Estudos na Aliança Francesa.
Ultimamente está envolvido com o trabalho final de conclusão de curso, vive se desencontrando e se estressando com o orientador. Foi demitido da Produtora, terminou um relacionamento de quatro anos e agora tenta se entender com outra moça, para completar sua gatinha de estimação começou a perder os pelos e, como ele é supersticioso acredita que tem algo fora da Ordem.
Por recomendação minha, resolveu finalmente começar uma terapia.
Nesse tumulto de acontecimentos, não deu outra, seu estômago, como um vulcão adormecido há muito tempo, entrou em erupção que lhe mandou de madrugada para a emergência do Hospital da Beneficência Espanhola. Saiu de lá todo picado de agulha ( de acordo com ele, a técnica de enfermagem estourou suas veias várias vezes). Depois ele me disse que a moça falava ao telefone celular enquanto lhe prestava atendimento, eu imagino como isso o deixou irritado e lhe trouxe mais suco gástrico ao estômago.
No dia seguinte era dia de orientação da Monografia depois de uma discussão com o professor que nunca aparecia.
Pela manhã já me ligou: - Mãe fui parar no hospital e meu estômago continua doendo. Não estou aguentando mas tenho que ir à faculdade. Marca um médico para mim.
Ok. Vamos ligar para o plano de saúde.
Mas que nada, consulta só pra Dezembro.
Pouco depois do meio dia ele me liga chorando: Mãe, não tô aguentando, o que eu faço?
Vai na UPA da Tijuca. Pertinho da facul e vc ainda pode vir aqui.
A fila enorme num sol de rachar o fez desistir.
Fomos ao Hospital Evangélico.
Foi medicado - mais uma injeção cavalar que o fez suar frio e ficar pálido como cera.
Saiu de lá sem dor mas meio fraco, estava sem almoço e já eram quase 16 horas.
Decidi que não ia trabalhar. Liguei pra o trabalho e avisei. E lá fui eu cuidar da minha cria que parecia ter voltado no tempo e tinha de novo 10 anos de idade.
Então eu lembrei de mim mesma quando era menina e minha mãe tinha o mágico poder de aliviar todas as dores. Bastava ela chegar perto pra dor acalmar. Se ela saia para buscar um copo com água , a dor voltava. Eu tinha que ter o contato do braço, do colo dela. E isso se dá até hoje. Se eu fico doente, ligo pra ela. Sua voz ainda vai ser descoberta pelo Ministério da Saúde como cura para muitos males.
Comprei os remédios indicados pela doutora, fui ao mercado para aviar os alimentos da dieta sem gordura, sem condimento e com pouco sal.
Fui à sua casa. Meu Deus do céu. Que zona! Mas é a casa dele.
Ele, mesmo com dor, cuidou de lavar todas as louças da pia e outras espalhadas pela casa.
Limpou a caixa do gato, varreu tudo enquanto eu preparava um comida de mãe. Nada demais um arroz soltinho sem gordura, legumes cozidos na água e sal, peito de frango desfiado - compramos um daqueles frangos de máquina. Limpei todo ele e desfiei a carne. Misturei com o arroz e ele comeu como se fosse o melhor dos manjares. Preparei uma água com hortelã para evitar gases. Por voltas das 22h a namorada chegou do trabalho e eu chamei um táxi e fui para casa.
Enquanto eu estava lá, ligaram de uma produtora onde ele havia feito uma entrevista, confirmando de ele começar no dia seguinte.
Ele já foi pensar numa roupa e se deu conta dos braços picados de injeção e disse. Hi mãe vai pegar mal eu ir assim, os caras vão pensar que uso droga, vou de mangas compridas.
Cheguei a casa e fiquei pensando no quanto o apoio no momento certo é importante, especialmente para um filho.
Sou uma mãe que cobra, exige, que deixa ele quebrar as fuças, mas na hora que a fuça está quebrada, não sei negar ajuda. Ainda mais num momento como esse de doença, muito embora eu saiba que é resultado da sua escolha na alimentação e canso de lhe lhe falar para comer fruta, legumes e menos massa, salgadinho de lanchonete. Mas não tem jeito! Ele é um rapaz de vinte e poucos anos que está aprendendo a fazer escolhas, fazendo-as.
Às vezes penso que não estou agindo corretamente com ele, que deveria deixá-lo resolver os problemas sozinho para desenvolver sua autoconfiança, mas por outro lado, ercebo o quanto minhas atitudes e posturas diante das situações, são observadas por ele e que nós, pais e mães nunca deixamos de ensinar nossos filhos mesmo depois de crescidos e que eles esperam de nós atitudes corretas ou ao menos sensatas.
Se nossos filhos não podem contar conosco num momento difícil, com quem então contará?
Pequenino, mas para ele, era na medida para sua independência. Nada de mãe mandando arrumar quarto, guardar os livros, lavar os copos na pia, por o lixo na lixeira. Nada de suas coisas mexidas por algum colega, nada de encontrar gente dormindo no seu colchão. Independência sem ninguém para lhe torrar a paciência nem subtrair seus livros, filmes e cds e coisas afins.
Lembro-me que arrumamos do jeito que podíamos. Um sofá, um armário, seu PC, uma máquina de lavar, uma geladeira (de segunda mão). Não sei como ele arrumou aquilo tudo lá dentro. Mas coube e ficou bonitinho.
Lá se vão uns três anos desde então.
Ele está ná última disciplina do último semestre do curso de Cinema. Trabalhou em algumas produtoras, viajou para vários lugares a trabalho.
Muito bacana para um garoto de vinte e poucos anos.
Há pouco tempo deciciu que fará a Pós em Cinema francês - na França. E batalhou uma Bolsa de Estudos na Aliança Francesa.
Ultimamente está envolvido com o trabalho final de conclusão de curso, vive se desencontrando e se estressando com o orientador. Foi demitido da Produtora, terminou um relacionamento de quatro anos e agora tenta se entender com outra moça, para completar sua gatinha de estimação começou a perder os pelos e, como ele é supersticioso acredita que tem algo fora da Ordem.
Por recomendação minha, resolveu finalmente começar uma terapia.
Nesse tumulto de acontecimentos, não deu outra, seu estômago, como um vulcão adormecido há muito tempo, entrou em erupção que lhe mandou de madrugada para a emergência do Hospital da Beneficência Espanhola. Saiu de lá todo picado de agulha ( de acordo com ele, a técnica de enfermagem estourou suas veias várias vezes). Depois ele me disse que a moça falava ao telefone celular enquanto lhe prestava atendimento, eu imagino como isso o deixou irritado e lhe trouxe mais suco gástrico ao estômago.
No dia seguinte era dia de orientação da Monografia depois de uma discussão com o professor que nunca aparecia.
Pela manhã já me ligou: - Mãe fui parar no hospital e meu estômago continua doendo. Não estou aguentando mas tenho que ir à faculdade. Marca um médico para mim.
Ok. Vamos ligar para o plano de saúde.
Mas que nada, consulta só pra Dezembro.
Pouco depois do meio dia ele me liga chorando: Mãe, não tô aguentando, o que eu faço?
Vai na UPA da Tijuca. Pertinho da facul e vc ainda pode vir aqui.
A fila enorme num sol de rachar o fez desistir.
Fomos ao Hospital Evangélico.
Foi medicado - mais uma injeção cavalar que o fez suar frio e ficar pálido como cera.
Saiu de lá sem dor mas meio fraco, estava sem almoço e já eram quase 16 horas.
Decidi que não ia trabalhar. Liguei pra o trabalho e avisei. E lá fui eu cuidar da minha cria que parecia ter voltado no tempo e tinha de novo 10 anos de idade.
Então eu lembrei de mim mesma quando era menina e minha mãe tinha o mágico poder de aliviar todas as dores. Bastava ela chegar perto pra dor acalmar. Se ela saia para buscar um copo com água , a dor voltava. Eu tinha que ter o contato do braço, do colo dela. E isso se dá até hoje. Se eu fico doente, ligo pra ela. Sua voz ainda vai ser descoberta pelo Ministério da Saúde como cura para muitos males.
Comprei os remédios indicados pela doutora, fui ao mercado para aviar os alimentos da dieta sem gordura, sem condimento e com pouco sal.
Fui à sua casa. Meu Deus do céu. Que zona! Mas é a casa dele.
Ele, mesmo com dor, cuidou de lavar todas as louças da pia e outras espalhadas pela casa.
Limpou a caixa do gato, varreu tudo enquanto eu preparava um comida de mãe. Nada demais um arroz soltinho sem gordura, legumes cozidos na água e sal, peito de frango desfiado - compramos um daqueles frangos de máquina. Limpei todo ele e desfiei a carne. Misturei com o arroz e ele comeu como se fosse o melhor dos manjares. Preparei uma água com hortelã para evitar gases. Por voltas das 22h a namorada chegou do trabalho e eu chamei um táxi e fui para casa.
Enquanto eu estava lá, ligaram de uma produtora onde ele havia feito uma entrevista, confirmando de ele começar no dia seguinte.
Ele já foi pensar numa roupa e se deu conta dos braços picados de injeção e disse. Hi mãe vai pegar mal eu ir assim, os caras vão pensar que uso droga, vou de mangas compridas.
Cheguei a casa e fiquei pensando no quanto o apoio no momento certo é importante, especialmente para um filho.
Sou uma mãe que cobra, exige, que deixa ele quebrar as fuças, mas na hora que a fuça está quebrada, não sei negar ajuda. Ainda mais num momento como esse de doença, muito embora eu saiba que é resultado da sua escolha na alimentação e canso de lhe lhe falar para comer fruta, legumes e menos massa, salgadinho de lanchonete. Mas não tem jeito! Ele é um rapaz de vinte e poucos anos que está aprendendo a fazer escolhas, fazendo-as.
Às vezes penso que não estou agindo corretamente com ele, que deveria deixá-lo resolver os problemas sozinho para desenvolver sua autoconfiança, mas por outro lado, ercebo o quanto minhas atitudes e posturas diante das situações, são observadas por ele e que nós, pais e mães nunca deixamos de ensinar nossos filhos mesmo depois de crescidos e que eles esperam de nós atitudes corretas ou ao menos sensatas.
Se nossos filhos não podem contar conosco num momento difícil, com quem então contará?
Revisão de texto em (que dia é hoje?)
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